A PESSOA DE CRISTO: O FUNDAMENTO DE TODO O CONSELHO DE DEUS
(Tradução do capítulo 4 do livro Christologia de John Owen)
(Tradução do capítulo 4 do livro Christologia de John Owen)
A pessoa de Cristo é o fundamento de todos os conselhos de Deus, até mesmo de Sua própria glória eterna na vocação, santificação e salvação. Minha intenção é a mesma que o apóstolo Paulo expressou em Efésios 1:9-10: "Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra".
Os mistérios da Sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em Si mesmo – são os Seus conselhos relativos a Sua própria glória eterna, na santificação e salvação da Igreja aqui nessa terra, para ser unida com Ele nos céus. A absoluta originalidade disso está em Seu próprio beneplácito, ou a soberania agindo a partir de Sua sabedoria e vontade. Mas por ser tudo efetivado em Cristo – que o apóstolo repete duas vezes: ele deveria congregar todas as coisas em Cristo, em si mesmo – nEle somente.
Deste modo é dito dEle, com respeito a sua futura encarnação e obra de mediação, que o Senhor o possuiu no começo de seu caminho, antes de suas obras; que Ele foi estabelecido para a eternidade, desde o princípio, ou desde antes do começo da terra: Pv 8:21-23. A existência pessoal do Filho de Deus é admitida nessas expressões como eu tenho alhures provado. Sem isso, nenhuma dessas coisas pode ser afirmada sobre Ele. Mas aqui é considerada, ambas, sua futura encarnação e o cumprimento do conselho de Deus por meio dela. Em relação a essa parte "O SENHOR me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras", Deus O possuiu eternamente com Sua sabedoria – como Ele era eterno, e é eterno, no seio do Pai, no mútuo e inefável amor do Pai pelo Filho, em eterno vínculo pelo Espírito Santo. Mas Ele evidentemente o possuiu "no princípio de seus caminhos" – como Sua sabedoria, agindo na produção de todo o caminho e obra que era publicamente dEle.
O "princípio dos caminhos de Deus", antes de Suas obras, são Seus conselhos em relação à Ele (Cristo) –como nossos conselhos são os princípios de nossos caminhos, com respeito até as futuras obras. E Ele foi "ungido desde a eternidade", como o fundamento de todos os conselhos de Sua vontade, e por meio de quem Ele executou e concluiu.
Assim é expresso nos versículos 30 e 31: "Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo;Regozijando-me no seu mundo habitável e enchendo-me de prazer com os filhos dos homens". Assim é adicionado que desse modo estava antes da fundação do mundo, ou o mundo a ser formado – isto é, antes do mundo ser criado.Não somente estava se alegrando perante o Pai, mas Seu deleite era no mundo habitável entre os filhos dos homens – antes da criação do mundo. O motivo, a eterna perspectiva da obra que Ele tinha para fazer para os filhos dos homens é intencionada aqui. E com Ele, Deus estabeleceu o fundamento de todos os Seus conselhos em relação ao Seu amor pelos filhos dos homens. E duas coisas podem ser observadas aqui:
1. Que a pessoa do Filho "estava com Ele", ou exaltada nesse lugar. "Eu estava com Ele", disse Ele, "desde a eternidade". Isto não pode ser falado absolutamente da pessoa do próprio Filho – a divina natureza sendo incapaz de ser assim estabelecida. Mas aqui estava uma peculiar glória e honra pertencendo a pessoa do Filho, como designada pelo Pai na execução de todo o conselho de Sua vontade. Consequentemente era essa Sua oração sobre a Sua obra: João 17:5, "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse".
Supor que o Senhor Jesus orava, nessas palavras, para de tal modo ter uma real explanação das propriedades da natureza divina no homem como deveria submeter-se imensamente, oniscientemente e irrestritamente em qualquer espaço – é pensar que Ele orava para destruição e não para a exaltação. Para essa suposição deve ser necessário perder todas as Suas próprias propriedades essenciais e conseqüentemente a vida.
Ele não deu a impressão de orar somente para a manifestação de Sua natureza divina, que estava eclipsada em sua aparência na forma de um servo. Não necessitava expressar isto pela "glória que tinha com o Pai antes que o mundo existisse". E isto não era outra mas aquela exaltação especial que Ele tinha com Deus-Pai quando disse "desde a eternidade", como o fundamento dos conselhos de Deus, para a salvação da Igreja. Essa eternal operação que estava entre o Pai e o Filho com respeito a Sua encarnação e mediação – ou Sua incumbência em executar e completar o eterno conselho da sabedoria e graça do Pai – estava na glória especial que o Filho tinha consigo – a "glória que Ele tinha com o Pai antes da criação do mundo". Para a manifestação aqui Ele agora orava para que a glória de Sua bondade, graça e amor – em Sua particular tarefa da execução do conselho de Deus – poder ser tornar visível. E este é o principal propósito do Evangelho. Esta declaração, como a graça de Deus Pai, conforme o amor, graça, bondade e compaixão do Filho, na incumbência desde a eternidade de cumprir o conselho de Deus, na salvação da Igreja. E aqui expôs os pilares da terra, ou suportou sua criação inferior, o qual, de outra maneira, com seus habitantes, deveriam por causa de seus pecados serem dissolvidos. E esse de quem a eterna, divina pré-existência, na forma de Deus – antecedendo sua encarnação – é negada, o faz um mentiroso em despojar toda a Sua glória que Ele tinha com o Pai do mundo a ser criado.
Assim temos nisso a totalidade de nosso desígnio. "...no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras" que é Seu conselho eterno em relação aos filhos dos homens, ou a santificação e salvação da Igreja – a possessão do Senhor, a alegria do Filho, como Sua sabedoria eterna – e com quem Ele estava e por quem Ele cumpriria, no que Seu deleite era com os filhos dos homens.
2. Havia inefável deleite entre o Pai e o Filho nesta Sua colocação ou exaltação. “Eu estava”, disse Ele, "cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo". Isto não é absolutamente o mútuo, eterno deleite do Pai e do Filho – resultando da perfeição da mesma divina excelência em cada pessoa – que é intencionado. Mas claramente tinha consideração aos conselhos de Deus em relação a salvação do gênero humano por Ele que é Seu poder e sabedoria para este fim.
1. Deus se deleita nos Seus eternos conselhos em Cristo – como são os Seus atos de infinita sabedoria, ela é a superior instância em que Ele exerce Sua própria vontade. Consequentemente no cumprimento desses conselhos, de Cristo é enfaticamente dito ser a "sabedoria de Deus" (I Co 1:24), Ele é o conselho de quem Sua sabedoria é completada. E nEle a sabedoria de Deus se faz conhecida: Efésios 3:10. Essa infinita sabedoria sendo de tal modo parte de Sua divina natureza, pelo que todas estas ações são dispostas e reguladas, satisfaz a Sua própria glória em toda a Sua divina excelência. Mesmo entre os homens – de quem a sabedoria comparada com a de Deus é loucura – não obstante é nada nesse particular em que Ele tem uma verdadeira e racional complacência, adequada aos princípios de Sua natureza, mas em tais ações dessa sabedoria que Ele tem (e como tem!) está a relação do próprio objetivo de Sua obra. Como muito mais fez Deus deleitar-se em Si mesmo na infinita perfeição de Sua própria sabedoria e eterna realização para a representação de toda a excelente glória de Sua natureza!
Tais são os Seus conselhos concernentes a salvação da Igreja por Jesus Cristo e por estarem todos nEle e com Ele, por essa razão se diz dEle (Cristo) ser o Seu deleite "antes que o mundo existisse". Isto é o proposto como o objeto de nossa admiração (Rm 11:33-36).
2. Eles são os atos de infinita bondade, sobre o qual a divina natureza está infinitamente deleitada nEle. Como a sabedoria é o princípio que dirige todas as ações divinas, assim a bondade é o princípio da comunicação que é efetuado nEle. Ele é bom, e tudo faz bem – sim, Ele fez tudo bom porque Ele é bom e por nenhuma outra razão – não da necessidade da natureza, mas pela intervenção de um livre ato de Sua vontade. Sua bondade é absolutamente infinita, essencialmente perfeita em si mesma; o qual não poderia ser se não fosse dEle, naturalmente e necessariamente, agir e comunicar de si mesmo a qualquer criatura sem Deus por si. A divina natureza é eternamente satisfeita com esta bondade; mas este princípio que é a fonte imediata de toda a comunicação do bem é pelo livre ato da vontade de Deus. Assim, quando Moisés desejou ver a glória de Deus, Ele lhe disse: "Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer" (Ex 33:19).
3. Amor e Graça têm a mesma influência nos conselhos de Deus, como sabedoria e bondade. E a noção das Escrituras sobre isso fortalece a bondade nesta consideração – que o seu objeto são os pecadores e indignos. Deus universalmente comunicou de Sua bondade a todas as Suas criaturas, porém de modo especial em relação àqueles que crêem. Mas como Seu amor e graça, como são peculiares a Sua eleita – a Igreja escolhida em Cristo antes da fundação do mundo – assim Ele considera primeiramente como um perdido, arruinado pela condição do pecado. "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores", Rm5:8. Deus é amor, diz o apóstolo. Sua natureza é essencialmente assim. E a melhor concepção da nova natureza agindo nos santos, é o amor; e todos os atos disso são seu total deleite. Este é como o âmago de todos os eternos conselhos de Deus, que rende a Sua complacência inefavelmente nEle. Por esta razão Ele tão maravilhosamente expressa Seu deleite e complacência agindo Seu amor em relação a Igreja: "O SENHOR teu Deus, o poderoso, está no meio de ti, ele salvará; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3:17). A razão do porque na salvação da Igreja Ele se regozija com júbilo e com alegria – a suprema expressão da divina complacência – é porque Ele repousou em Seu amor, e assim está satisfeito no exercício destes atos. Mas devemos voltar a particular manifestação de como todos esses conselhos de Deus foram depositados na pessoa de Cristo – para qual fim as seguintes coisas podem ser distintamente consideradas.
- Deus fez todas as coisas, no início, boas, extraordinariamente boas. A totalidade de Suas obras foi disposta em perfeita harmonia, beleza e ordem, condizente com a manifestação de Sua própria glória que Ele intentou nela. E como todas as coisas têm sua própria existência individual e funcionamento apropriado, a sua existência é suscetível de um fim, um repouso, ou uma bem-aventurança, conforme a sua natureza e funcionamento – assim, nas várias relações que Ele tem em Seu mútuo apoio, assistência e cooperação, Ele visa a um resultado final – Sua glória eterna. Para desse modo em Sua existência ser o efeito do poder infinito – de maneira que Seu mútuo respeito e fim esteja disposto em infinita sabedoria. Nisso está o eterno poder e sabedoria de Deus glorificado nEle; único em Sua realização, de outra maneira em Sua disposição em Sua ordem e harmonia. O homem é uma criatura feita por Deus, que por Ele poderia receber a glória que Ele almejava e por toda a criação inanimada – tanto as da terra, que era para seu uso, como as de cima, que eram para sua contemplação. Este era o objetivo de nossa natureza em seu estado original. A fim de que sejamos novamente restaurados em Cristo: Judas 18, Rm 1:20
- Deus permitiu a entrada do pecado tanto no céu quanto na terra, por meio do qual toda a ordem e harmonia foram perturbadas. Ainda há características do poder divino, sabedoria e bondade restando nas obras da criação e são inseparáveis de sua constituição. Mas a glória primitiva que redundava em Deus – especialmente como em todas as coisas na terra – provinha da obediência do homem, que era quem estava sob sujeição. Seu bom estado dependia de sua subordinação a Deus de um modo natural, como fez Deus um modo de obediência moral, Gn 1:26-28, Sl 8:6-8. O homem como foi dito, é uma criatura feita por Deus, que por ele Deus pode receber a glória que almeja e em toda a criação inanimada. Este era o objetivo de nossa natureza em seu estado original. Para o qual somos novamente restaurados em Cristo: Tiago 1:18. Mas a entrada do pecado lançou toda esta ordem em confusão, e levou todas as coisas para a queda. Com isto ele foi privado de seu estado original em que era declarado excelentemente bom e foi lançado fora como algo sem valor – sob a carga de quem estava sobrecarregado e assim tem sido todos os dias de sua vida: Gn 3:17-18, Rm 8:20-21.
A divina natureza de nenhum modo se surpreendeu com esse desastre. Deus tinha, desde a eternidade passada, se provido de conselhos para a regeneração de todas as coisas em um melhor e mais seguro estado do que esse que se perdeu pelo pecado. Isto é, a revificação, a restituição de todas as coisas, Atos 3:19-21, ou ajuntando todas as coisas nos céus e terra em uma nova pessoa, Cristo Jesus, Ef 1:10. Apesar de que, isto pode ser mais curiosidade do que edificação em uma escrupulosa inquirição aos métodos ou ordens dos eternos decretos de Deus e a disposição deles em uma subserviência recíproca; porém isto é necessariamente da sabedoria infinita, presciência e imutabilidade de Deus – que Ele não se surpreende com nada, que Ele não lança nenhum novo conselho, por quaisquer eventos nas obras da criação.
Todas as coisas foram dispostas por Ele nesses modos e métodos – e desde a eternidade – o qual a conduz e certamente resulta nessa glória que é enfim intencionada.
A fim de sermos cuidadosos em declarar os eternos decretos de Deus e a atual operação de Sua providência, por esta razão como a liberdade da vontade do homem, como a causa seguinte as suas ações morais, não seja assim infringida – portanto, convém sermos cuidadosos para se referir a tal liberdade injuriosa a vontade de qualquer criatura, como que Deus deva ser surpreendido, na imposição, ou mudar por qualquer de suas ações. Para "fazer conhecidas todas as suas obras desde a fundação do mundo", e em quem não há "variação nem sombra de mudança".
Todas as coisas foram dispostas por Ele nesses modos e métodos – e desde a eternidade – o qual a conduz e certamente resulta nessa glória que é enfim intencionada.
A fim de sermos cuidadosos em declarar os eternos decretos de Deus e a atual operação de Sua providência, por esta razão como a liberdade da vontade do homem, como a causa seguinte as suas ações morais, não seja assim infringida – portanto, convém sermos cuidadosos para se referir a tal liberdade injuriosa a vontade de qualquer criatura, como que Deus deva ser surpreendido, na imposição, ou mudar por qualquer de suas ações. Para "fazer conhecidas todas as suas obras desde a fundação do mundo", e em quem não há "variação nem sombra de mudança".
- Aqui estão, portanto os eternos conselhos de Deus, em que Ele dispôs todas as coisas em uma nova ordem, em Sua própria glória, na santificação da Igreja. E duas coisas podemos considerar: (1) Sua origem; (2) O desejo de seu cumprimento.
(1). Seu surgimento ou origem foi da divina vontade e sabedoria somente, sem qualquer relação com causas externas. Nenhuma razão pode ser dada, nenhuma causa poder ser apontada, desses conselhos, mas a vontade de Deus somente. Conseqüentemente Ele é chamado ou descrito como "o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo" (Ef. 1. 9;) "o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade" verso 11. "Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." Rm. 11. 34–36.
A encarnação de Cristo e Sua mediação, não foram a causa desse eterno conselho de Deus, mas os efeitos dela, como as Escrituras constantemente declaram. Mas, o desígnio de seu cumprimento estava na pessoa do Filho somente. Como Ele é a essência da sabedoria de Deus, todas as coisas foram primeiro criadas por Ele. Mas vendo a ruína de tudo por causa do pecado, Deus viria por Ele — como ele foi pré-ordenado para encarnar — restaurou todas as coisas. Todo o conselho de Deus neste objetivo está centrado nEle somente. Consequentemente de seu fundamento é corretamente dito ser depositado nEle , e é declarado assim pelo apóstolo: Ef 1:4. Para o surgimento da santificação e salvação da Igreja na eleição, o decreto de quem abrangeria os conselhos de Deus relativos a Ele.
Portanto, Deus ter "elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade" (2 Ts. 2. 13;) que é o único objetivo que Ele designou, o outro, o seu sentido e modo. Mas isso Ele fez em Cristo; "ele nos escolheu antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor"; que é "para a salvação, em santificação do Espírito".
E nELE não estávamos verdadeiramente, nem pela fé, antes da fundação do mundo; ainda estávamos então escolhidos nEle, como o único fundamento da execução de todos os conselhos em relação a nossa santificação e salvação. Desse modo todas as coisas foram originalmente feitas e criadas por Ele, como Ele é a essencial sabedoria de Deus – assim todas as coisas são renovadas e regeneradas por Ele, como Ele é a provisional sabedoria de Deus, pela Sua encarnação.
Portanto, todas essas coisas são ajuntadas e comparadas em Sua glória. Ele "é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência". (Cl 1:15-18)
Duas coisas, como o fundamento atribuídas ao Senhor Jesus Cristo na exposição desse raciocínio, são declaradas: verso 15, que Ele é "a imagem do Deus invisível" e que Ele é "o primogênito de toda a criação"; coisas que parecem muito distantes de si mesmas, mas gloriosamente são unidas e centradas em Sua pessoa.
Ele é a "imagem do Deus invisível" ou como é expressado em outras passagens, Ele é "em forma de Deus" – Sua forma essencial, não há nenhuma outra forma na divina natureza – e "o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa".
Ele é chamado aqui de o "Deus invisível", não absolutamente em relação a Sua essência, ainda que seja verdade – a divina essência sendo absolutamente invisível e de tal modo equivalente, se considerar como no Pai ou no Filho – mas Ele é chamado assim em relação aos Seus conselhos, Sua vontade, Seu amor e Sua graça. Por essa razão ninguém jamais o viu em qualquer época; mas seu único primogênito, que está no seio do Pai, declara dEle: João 1:18.
Como Ele é assim essencialmente, a eterna imagem do Deus invisível, Sua sabedoria e poder – a eficiência da primeira criação e esta existência consistente, é descrita nEle: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis".
E por causa do grande conceito e compreensão que de certo modo então havia no mundo – especialmente entre os judeus, de quem o apóstolo tinha consideração nesta epístola – da grandeza e glória da parte invisível da criação no céu, ele menciona-os em particular, sob a glória máxima que qualquer posição poderia ter, ou de então, descreve-a – "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele" – a mesma expressão é empregada por Deus em Rm 11:36 e Ap 4:11.
Acrescentando até agora outros trechos para este propósito, João1:1-3, Hb 1:1-3 e esses que não estão sob a eficácia das obsessões espirituais, não podem mas ficam perplexos ante a capacidade do descrente, de sua ignorância e cegueira das mentes e a astúcia de Satanás, nos que negam a divina natureza de Jesus Cristo.
Pelo que o apóstolo plenamente afirma, essas obras da criação demonstram o eterno poder e divindade dEle por quem eles foram criados; (Rm 1;19-20) e não somente por esta razão, mas é indiscutivelmente evidente à luz da natureza: esta criação sendo diretamente, expressamente, freqüentemente afirmada que todas as coisas, absolutamente e em suas divisões nos céus e terra com as coisas contidas respectivamente nelas foram feitas e criadas por Cristo – é a suprema rebelião contra a luz e ensinos de Deus, não acreditar em Sua divina existência e poder.
Novamente é acrescido que Ele é "o primogênito de toda a criação"; que principalmente relaciona a nova criação como é declarada (vers. 18) "E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência". Para nEle estar todos os conselhos de Deus depositados para a recuperação de todas as coisas em si mesmo – quando encarnou. E o cumprimento desses conselhos de Deus por Ele, o apóstolo declara extensivamente em diversos versículos. E essas coisas são ambas unidas e integradas neste ponto. Como Deus Pai nada fez primeiro na criação mas através do Filho – como Sua eterna sabedoria (John 1:3, Hb 1:2, Pv 8) assim Ele não intencionou nada na nova criação, ou restauração de todas as coisas em Sua glória, mas nEle – como Ele havia sido encarnado. Para que em Sua pessoa fossem depositados todos os fundamentos dos conselhos de Deus para a santificação e salvação da Igreja.
Nisso Ele é glorificado e em um modo extraordinariamente inexprimível toda a glória que há nEle da primeira criação, tinha todas as coisas permanentes em sua primitiva constituição.
SUA PESSOA, POR ESSA RAZÃO, É O FUNDAMENTO DA IGREJA – O GRANDE MISTÉRIO DA DIVINDADE, OU A CRENÇA QUE PROFESSAMOS – A GENUÍNA VIDA E ALMA DE TODA VERDADE ESPIRITUAL – EM QUE OS CONSELHOS DE SABEDORIA, GRAÇA E BONDADE, PARA A REDENÇÃO, VOCAÇÃO, SANTIFICAÇÃO E SALVAÇÃO DA IGREJA SEJAM TODOS POSTOS NELE E POR ELE TUDO VENHA A SER CUMPRIDO.
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
Fonte: Livro Christologia
A encarnação de Cristo e Sua mediação, não foram a causa desse eterno conselho de Deus, mas os efeitos dela, como as Escrituras constantemente declaram. Mas, o desígnio de seu cumprimento estava na pessoa do Filho somente. Como Ele é a essência da sabedoria de Deus, todas as coisas foram primeiro criadas por Ele. Mas vendo a ruína de tudo por causa do pecado, Deus viria por Ele — como ele foi pré-ordenado para encarnar — restaurou todas as coisas. Todo o conselho de Deus neste objetivo está centrado nEle somente. Consequentemente de seu fundamento é corretamente dito ser depositado nEle , e é declarado assim pelo apóstolo: Ef 1:4. Para o surgimento da santificação e salvação da Igreja na eleição, o decreto de quem abrangeria os conselhos de Deus relativos a Ele.
Portanto, Deus ter "elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade" (2 Ts. 2. 13;) que é o único objetivo que Ele designou, o outro, o seu sentido e modo. Mas isso Ele fez em Cristo; "ele nos escolheu antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor"; que é "para a salvação, em santificação do Espírito".
E nELE não estávamos verdadeiramente, nem pela fé, antes da fundação do mundo; ainda estávamos então escolhidos nEle, como o único fundamento da execução de todos os conselhos em relação a nossa santificação e salvação. Desse modo todas as coisas foram originalmente feitas e criadas por Ele, como Ele é a essencial sabedoria de Deus – assim todas as coisas são renovadas e regeneradas por Ele, como Ele é a provisional sabedoria de Deus, pela Sua encarnação.
Portanto, todas essas coisas são ajuntadas e comparadas em Sua glória. Ele "é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência". (Cl 1:15-18)
Duas coisas, como o fundamento atribuídas ao Senhor Jesus Cristo na exposição desse raciocínio, são declaradas: verso 15, que Ele é "a imagem do Deus invisível" e que Ele é "o primogênito de toda a criação"; coisas que parecem muito distantes de si mesmas, mas gloriosamente são unidas e centradas em Sua pessoa.
Ele é a "imagem do Deus invisível" ou como é expressado em outras passagens, Ele é "em forma de Deus" – Sua forma essencial, não há nenhuma outra forma na divina natureza – e "o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa".
Ele é chamado aqui de o "Deus invisível", não absolutamente em relação a Sua essência, ainda que seja verdade – a divina essência sendo absolutamente invisível e de tal modo equivalente, se considerar como no Pai ou no Filho – mas Ele é chamado assim em relação aos Seus conselhos, Sua vontade, Seu amor e Sua graça. Por essa razão ninguém jamais o viu em qualquer época; mas seu único primogênito, que está no seio do Pai, declara dEle: João 1:18.
Como Ele é assim essencialmente, a eterna imagem do Deus invisível, Sua sabedoria e poder – a eficiência da primeira criação e esta existência consistente, é descrita nEle: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis".
E por causa do grande conceito e compreensão que de certo modo então havia no mundo – especialmente entre os judeus, de quem o apóstolo tinha consideração nesta epístola – da grandeza e glória da parte invisível da criação no céu, ele menciona-os em particular, sob a glória máxima que qualquer posição poderia ter, ou de então, descreve-a – "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele" – a mesma expressão é empregada por Deus em Rm 11:36 e Ap 4:11.
Acrescentando até agora outros trechos para este propósito, João1:1-3, Hb 1:1-3 e esses que não estão sob a eficácia das obsessões espirituais, não podem mas ficam perplexos ante a capacidade do descrente, de sua ignorância e cegueira das mentes e a astúcia de Satanás, nos que negam a divina natureza de Jesus Cristo.
Pelo que o apóstolo plenamente afirma, essas obras da criação demonstram o eterno poder e divindade dEle por quem eles foram criados; (Rm 1;19-20) e não somente por esta razão, mas é indiscutivelmente evidente à luz da natureza: esta criação sendo diretamente, expressamente, freqüentemente afirmada que todas as coisas, absolutamente e em suas divisões nos céus e terra com as coisas contidas respectivamente nelas foram feitas e criadas por Cristo – é a suprema rebelião contra a luz e ensinos de Deus, não acreditar em Sua divina existência e poder.
Novamente é acrescido que Ele é "o primogênito de toda a criação"; que principalmente relaciona a nova criação como é declarada (vers. 18) "E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência". Para nEle estar todos os conselhos de Deus depositados para a recuperação de todas as coisas em si mesmo – quando encarnou. E o cumprimento desses conselhos de Deus por Ele, o apóstolo declara extensivamente em diversos versículos. E essas coisas são ambas unidas e integradas neste ponto. Como Deus Pai nada fez primeiro na criação mas através do Filho – como Sua eterna sabedoria (John 1:3, Hb 1:2, Pv 8) assim Ele não intencionou nada na nova criação, ou restauração de todas as coisas em Sua glória, mas nEle – como Ele havia sido encarnado. Para que em Sua pessoa fossem depositados todos os fundamentos dos conselhos de Deus para a santificação e salvação da Igreja.
Nisso Ele é glorificado e em um modo extraordinariamente inexprimível toda a glória que há nEle da primeira criação, tinha todas as coisas permanentes em sua primitiva constituição.
SUA PESSOA, POR ESSA RAZÃO, É O FUNDAMENTO DA IGREJA – O GRANDE MISTÉRIO DA DIVINDADE, OU A CRENÇA QUE PROFESSAMOS – A GENUÍNA VIDA E ALMA DE TODA VERDADE ESPIRITUAL – EM QUE OS CONSELHOS DE SABEDORIA, GRAÇA E BONDADE, PARA A REDENÇÃO, VOCAÇÃO, SANTIFICAÇÃO E SALVAÇÃO DA IGREJA SEJAM TODOS POSTOS NELE E POR ELE TUDO VENHA A SER CUMPRIDO.
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
Fonte: Livro Christologia
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